A Filosofia Orgânica

Filosofia Orgânica é um conjunto de pensamentos e práticas compilados pelo pensador Renan Carvalho baseado em experiências de vida, estudos filosóficos, observações e experimentação.

De acordo com a Filosofia Orgânica, a Natureza é a referência e modelo a ser seguido pelo ser humano pois trata-se do maior case de sucesso da história, que sobrevive graciosamente a bilhões de anos, apesar de todas as catastróficas intempéries que nosso planeta já enfrentou nesse período.

Portanto a observação empírica da Natureza, o exercício da consciência e as ações em consonãncia com o funcionamento da Natureza são o caminho que se busca trilhar para viver cada vez mais a plenitude da vida. Para viver a essência, para viver a vida que de fato se nasceu para viver.

A ideia central

O aprendizado com a Natureza nos leva à consciência, e a consciência nos liberta. A consciência nos reconecta com nossa essência autônoma, abundante e colaborativa, sobre a qual nossa espécie humana evoluiu durante mais de 5 milhões de anos,. e da qual nos afastamos a partir do momento que inventamos o paradigma da escassez, controle e competição.

Uma das consciências que nos leva ao resgate de nossa essência, é a consciência da inexistência dos “julgamentos”. Na Natureza não existe a qualificação do “bom” e do “ruim”, do “certo” e do “errado”. Simplesmente existe o que precisa existir para que o todo mantenha-se vivo e em equilíbrio. E como não existem estas qualificações, não é necessário existir “controle” na Natureza, é necessário existir somente adaptação e cuidado.

O julgamento de “bom” e “ruim”, e a consequente crença no exercício do “controle” pelo ser humano são ilusões geradas pela imaginação humana, ilusões que vão no sentido contrário à sua própria natureza, e que portanto, geram consequências indesejáveis para o próprio ser humano. A principal consequência indesejável gerada por essas ilusões são os medos imaginários e as emoções destrutivas, os quais, por sua vez, estão na origem de todos os conflitos e sofrimentos que assolam a humanidade.

Na tentativa de evitar que seus medos imaginários se concretizem, o ser humano tenta exercer cada vez mais controle sobre uma realidade incontrolável que inclui outros seres humanos, o que gera raivas e frustrações, além de continuar alimentando os próprios medos imaginários, em um círculo vicioso que foi, ao longo dos tempos, desenvolvendo todo esse sistema artificial “civilizado” em que vivemos. Um sistema totalmente baseado no julgamento de “bom” e “ruim” e na crença de que é possível exercer o “controle” para perseguir o “bom” e evitar o “ruim”. Portanto é um sistema construído sobre ilusões, sobre coisas que não existem na Natureza, e que portanto, vai afastando cada vez mais o ser humano de sua própria Natureza, e o mantêm nutrindo, de forma cada vez mais intensa, os medos, emoções destrutivas, conflitos e sofrimentos decorrentes.

Para a Filosofia Orgânica a maneira de nos libertarmos desse círculo vicioso é através da reconexão com a Natureza, tanto com a nossa Natureza Humana como com o Ecosistema Natural que existe a bilhões de anos, e que originou o próprio ser humano. Quanto mais nos reconectamos, mais conseguimos eliminar de nossas próprias mentes tanto os julgamentos de “bom” e “ruim” como as crenças de “controle”. Mais nossa vida torna-se serena e plena.

Fundamentos Filosóficos

A Filosofia Orgânica está fundamentada 4 linhas de pensamento que sustentam esta visão natural da vida e do mundo. São elas:

  • Natureza como Referência

    • Não existe um termo para designar esta forma de pensar, apenas pensadores que a sustentaram. Aristóteles, Diógenes de Sínope, Jean Jaques Rousseau, Henry David Thoreau, Tolstoi e Darwin são alguns destes pensadores que buscaram respostas na observação da Natureza. E alguns deles como Diógenes, Thoreau e Tolstoi procuraram viver livre e irrestritamente de acordo com a própria natureza, em contraposição a viver a vida que o sistema social exigia deles. Grande parte do pensamento de todos eles e o estilo de vida de alguns são referências para a Filosofia Orgânica.

  • Estoicismo

    • Nenhuma linha de pensamento filosófico foi tão a fundo na desconstrução das crenças de controle, e no empoderamento emocional consequente desta desconstrução como o Estoicismo. Os estoicos como Zenão de Cítio, Epicteto, Sêneca e Marco Aurélio foram grande influência para o psicólogo Albert Ellis, que na década de 50 desenvolveu a linha psicoterapêutica racional-emotivo-comportamental, precursora da terapia cognitivo comportamental, uma das mais difundidas hoje em dia. O estoicismo afirma que na natureza a realidade é o que ela é, e não o que gostaríamos que ela fosse. E aceitar a realidade que não está sob nosso controle é um dos principais fundamentos da Filosofia Orgânica.

  • Positivismo

    • Como podemos nos libertar das crenças de “bom” e “ruim”, “certo” e “errado”? Somente compreendendo e aceitando que não existem verdades na Natureza. Apenas possibilidades. Esta é a visão que nos trouxe grandes pensadores positivistas como Augusto Comte, Karl Popper e Stephen Hawking. Tudo é uma possibilidade que precisa ser verificada empiricamente dentro de uma visão, livre de induções e deduções. E mesmo verificada, a possibilidade continua sendo uma possibilidade, que pode ter ou não, relevância estatística. Mas nunca serão verdades, pois sempre estará aberta a novas possibilidades. O positivismo nos diz que na Natureza a realidade é o que podemos observar dela, e não o rótulo que conferimos a ela. A Natureza, assim como a Filosofia Orgânica, não perde tempo com rótulos.

  • Pragmatismo

    • Tudo na Natureza tem uma utilidade. É transformado de alguma forma e serve para alguma coisa. A Natureza não desperdiça tempo com nada que seja inútil. O pragmátismo busca direcionar nosso pensamento para este nível de utilidade. Filósofos como Charles Peirce, Willian James e John Dewey nos mostraram de maneira muito sábia que conceitos e ideias só tem relevância se promoverem algum tipo de transformação em nós mesmos, se servirem para alguma coisa. E para a Filosofia Orgânica, mesmo sendo uma possibilidade, desde que seja útil para desconstruir nossas crenças de julgamento e controle, e para nos reconectar com nossa Natureza, então é válido.

A Filosofia Orgânica existe no ponto de interseção entre essas 4 linhas de pensamento filosófico. Isso significa nem todo pensamento positivista tem a ver com a Filosofia Orgânica, assim como nem todo pensamento pragmatista ou estoicista também constituam Filosofia Orgânica. Porém, aquele ponto central, ou todos aqueles conceitos, onde esses 4 pensamentos estão consistentes e coerentes (conforme ilustrado na figura acima), neste ponto central reside a Filosofia Orgânica.

A Filosofia Orgânica é uma maneira de pensar que pode ser aplicada a qualquer nuance de nossa vida, desenvolvendo-nos consciência e empoderando-nos para fazer com que, independentemente de fatores externos, consigamos viver cada vez mais a plenitude da vida.

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